Queijo do Reino

A produção leiteira no Brasil se consolida no ciclo do ouro em Minas Gerais, o período em que é iniciada a produção artesanal de queijos ao longo da rota do Caminho Novo que interligava Minas Gerais ao centro da coroa portuguesa no Rio de Janeiro.

O crescimento da mineração, a formação de uma elite dirigente em Vila Rica com hábitos herdados de Lisboa, do Porto e de Coimbra propiciou um crescimento na demanda pelo consumo de queijos produzidos em Minas Gerais, da mesma forma que permitiu o desenvolvimento na província do conhecimento tácito para a introdução de sabores diferenciados tendo como referência os queijos tradicionais produzidos e comercializados em Portugal e na Holanda.

Fruto da tradição na zona da mata mineira o “Queijo do Reino” é um produto da introdução do gado holandês na região da Serra da Mantiqueira por empreendedores, que alimentavam o desejo da produção de queijos com sabor e qualidade do queijo holandês com as particularidades locais. Os trabalhos do português Carlos Pereira de Sá Fortes e do holandês Alberto Boeke associados aos mestres queijeiros Gaspar Long, João Kingma e J. Etienne resultou na inauguração da primeira fábrica de laticínios no Brasil, a Companhia de Laticínios da Mantiqueira em 1888. O crescimento da empresa na zona da mata mineira ocorreu mantendo a tradição do “soro fermentado” na produção do “queijo do reino” com longos períodos de maturação. De acordo com o professor Fernando Rodrigues, “o queijo do reino tradicional apresenta-se mais seco e firme, de sabor pronunciado e coloração mais intensa, apresentando textura fechada”.

Como um produto diferenciado no mercado o “Queijo do Reino” teve a expansão da produção de Santos Dumont e se transformou em referência para o setor produtivo de laticínios em Minas Gerais e no Brasil. Santos Dumont, antiga Palmyra, adquiriu o rótulo de “município produtor dos melhores queijos brasileiros”, já que no município também foi criada a primeira fábrica brasileira de coalho que transformou a indústria de laticínios no país. O próprio nome do produto no mercado faz do “Queijo do Reino” uma associação direta com a tradição municipal: o diferenciado Queijo Palmyra.

Palmyra teve como primeiro nome Arraial de João Gomes em homenagem ao pai do inconfidente José Aires Gomes, que foi o fundador do arraial. Em 15 de Fevereiro de 1890 foi instalado o município com o nome de Palmyra, que passou a se chamar Santos Dumont em 1932. A cidade berço da criatividade de seu dileto filho, o aviador, cidadão do mundo, Santos Dumont.

Os empreendedores do “Queijo do Reino” ao promoverem a inovação geraram o desequilíbrio na economia local como é natural no empreendedorismo, que busca por mudanças e explora as mudanças como oportunidades. Entretanto, os empreendedores não pertencem unicamente ao universo econômico e fazem parte do ambiente social e cultural das localidades onde desenvolvem as atividades produtivas. 

A inovação, explicitada na produção do queijo diferenciado assemelhado ao queijo holandês "Edan", que apresentou o potencial gerador de riqueza foi desenvolvida a partir de recursos preexistentes demonstrando ser uma prática de origem social, cultural ultrapassando a natureza meramente técnica. Nesse sentido, o “Queijo do Reino” apresenta uma mudança na satisfação e no valor de uso por parte dos consumidores, oriunda da produção do queijo artesanal nos pequenos negócios em Santos Dumont, na zona da mata mineira. Os novos conhecimentos introduzidos pelos empreendedores do “Queijo do Reino” mudou a percepção e o significado da cultura local com relação à produção de laticínios, transformando a realidade construída em decorrência de um processo externo sujeito a sucessos e falhas.

Para Santos Dumont e região o “Queijo do Reino” é patrimônio imaterial cultural em que estão envolvidos produtores, fornecedores, trabalhadores e a população que não só desfruta como divulga o valor agregado diferenciado do produto. A expansão de mercado do tradicional “Queijo do Reino” foi o reconhecimento da marca associada à personalidade envolvendo valores e sentimentos. A marca expressa na cor do “queijo do reino”, no tato presente na tradicional embalagem de lata de folha de flandre representa a cultura local na produção de queijos, fazendo com que o estímulo sensorial contribua para o processo decisório de compra por parte dos consumidores que se renova na memória incorporada de longo prazo.

Data sua importância histórica e a riqueza do seu sabor. O Queijo do Reino compõem o Mapa Gastronômico de Minas Gerais e o Programa Terroirs da Estrada Real.

 

No município você pode adquirir o saboroso Queijo do Reino nos seguintes locais:

 

CASA DE QUEIJO D'TALES

Rua Luiz Cunha, 108 - Centro

(32) 3251-8814

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BOM DE MINAS

Rua Prefeito José Maria Pitella, 20 - Centro         

(32) 3251-5607          

 

EMPÓRIO PALMYRA

BR-040, Km 747         

(32) 3251- 5942         

www.facebook.com/emporiopalmyrasd/      

 

LEITERIA SÃO LUIZ

BR-040, Km 739 – São Sebastião da Barra         

(32) 3251-3153         

http://www.hotelleiteria.com.br

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LATICÍNIO RIO PINHO

Av. Getúlio Vargas, 69 - Centro          

(32) 3251-4311          

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LATICÍNIOS ANDORINHA

Rua João Pessoa, 70 - Centro         

(32) 3252-7214          

https://www.facebook.com/pages/Laticinios-andorinha/763109137046363?rf=1501967403360379E-mail: não possui

 

BISCOITERIA PEREIRA

Av. Getúlio Vargas, 160 - Centro          

(32) 3251-4252        

www.facebook.com/biscoiteria.pereira     

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